18 anos sem Dale Earnhardt Sr. e Michele Alboreto

Mitty Challenge 07

Neste mês de fevereiro farão 18 anos do trágico acidente que vitimou o lendário piloto americano Dale Earnhardt Sr. na última volta das 500 Milhas de Daytona de 2001,justamente na última curva. Pouco tempo depois,a 25 de abril do mesmo ano,o italiano Michele Alboreto,de longa carreira na Fórmula 1 e outras categorias,morreu em um horrível acidente após capotar seu protótipo durante testes privados no circuito de Eurospeedway Lausitz, mas não vamos mais falar sobre coisas tristes,e sim sobre as carreiras brilhantes de ambos pilotos. Mais tarde também farei uma homenagem ao Alessandro Zanardi,bicampeão paraolímpico e de trajetória extraordinária no automobilismo,quando tiver mais tempo.Enfim,lá vamos nós.

Ralph Dale Earnhardt Sr. nasceu a 29 de abril de 1951,em Kannapolis,Carolina do Norte,filho do patriarca Ralph Lee Earnhardt,camepão da NASCAR Sportsman Champsionship em 1956,de onde herdou o nome Ralph e o talento nas pistas. Logo muito novo foi pai de Kerry,seu primeiro filho,aos 18 anos,em 1969. Começou bastante novo na NASSCAR Winston Cup(nome da categoria principal a época) em 1975,logo na etapa de Charlotte,pela Negre Racing.Um ano mais tarde,em 1976,faria duas corridas,uma pela Ballard Racing e outra pela Johnny Ray. Faria mais uma corrida em 1977 e outras três em 1978,tendo como seu melhor resultado um sétimo posto na Daytona 400(não confundir com a etapa principal da categoria por favor,esta é a segunda no circuito) e um quarto posto em Atlanta no mesmo ano. Faria sua primeira temporada completa pela Osterlund Racing em 1979,onde conquistou sua primeira vitória em Bristol,terminando em sétimo na classificação geral.Logo a seguir,em 1980,conquistou seu primeiro título na categoria.Em 1981,atuou em duas equipes,tanto pela Osterlund quanto pela Jim Stacy Racing(durante quatro corridas),além de disputar as últimas onze etapas pela Richard Childress. Entre 1982 e 1983,correu pela Bud Moore Engineering,concluindo em 12º e 8º,respectivamente. Até ser contratado em definitivo em 1984 pela Richard Childress,em sua segunda passagem e seria a mais duradoura de sua carreira. Por lá conquistou outros seis títulos,em 1986,1987,1990,1991,1993 e 1994,três vice campeonatos em 1989,1995 e 2000(cujo título ficou com Bobby Labonte),e terceiro colocado em 1998. Seu carro nº 3 seria uma de suas marcas registradas na categoria de Stock Cars,mais ou menos como o carro de Ayrton Senna pela Mc Laren entre 1988 e 1993. Em seus momentos mais brilhantes,conquistou sua primeira vitória nas 500 Milhas de Daytona em 1998,bem como uma de suas vitórias mais apoteóticas,a etapa de Talladega em 2000,que seria sua última,cujo seu filho,o futuro fenômeno Dale Earnhardt Jr,liderava boa parte da corrida até as três últimas voltas,quando seu carro nº 8(que também seria sua marca registrada) perdeu rendimento e foi facilmente ultrapassado por seu pai,perdendo outras posições e chegando ao 14º posto. Seu filho inclusive herdou seu talento e a popularidade,sendo também um dos maiores pilotos da história da NASCAR,mesmo sem títulos.

Agora vamos falar sobre o italiano Michele Alboreto,nascido em Milão a 23 de dezembro de 1956. Logo aos 20 anos despontaria nas categorias de acesso de monopostos de seu país,chegando a ser vice campeão da Fórmula 3 italiana em 1979 e campeão da Fórmula 3 Europeia em 1980,bem como terceiro colocado da equivalente italiana no mesmo ano(isso mesmo). Ainda no mesmo ano de 1980,correu quatro etapas extra campeonato do Mundial de Protótipos,e conseguiu ser o oitavo colocado nas 24 Horas de Le Mans em 1981,um ano mais tarde,ao mesmo tempo que disputava sua primeira temporada na Fórmula 1 pela Tyrrell. Já irei falar sobre isso mais tarde,então vamos por partes.

Voltando ao ano de 1981,teve quatro aparições e uma vitória no Mundial de Protótipos pela Martini Racing,provando de uma vez por todas seu imenso potencial,bem como outras oito corridas e três vitórias,além de duas pole positions em 1982,também pela Martini.Pela Fórmula 1,na Tyrrell,conquistou uma vitória em 1982 e outra em 1983,em sequência,bem como apareceu seis vezes no Campeonato Europeu de Protótipos,também pela Martini. A partir de 1984 passaria a participar em tempo integral pela Fórmula 1,quando foi contratado pela Ferrari,com uma vitória e uma pole,o suficiente para uma quarta posição na tabela geral de pilotos,em 1985 seu desempenho seria ainda melhor,com um vice campeonato,duas vitórias e uma pole position,em 1986 nenhuma vitória,mas um oitavo lugar na Classificação de Pilotos,um sétimo lugar em 1987,e um quinto em 1988.

Em 1989 foi contratado novamente pelo seu antigo patrão,o Ken Tyrrell,onde conquistou seis pontos e um décimo terceiro posto,além de ter feito algumas corridas pela Larousse.Em 1990 foi contratado pela Arrows e começaria a partir daí seu declínio na categoria máxima,sendo o vigésimo quarto e não conquistando nenhum ponto,o mesmo resultado em 1991,com a Arrows renomeada para Footwork, e o calvário só acabou em 1992,quando conquistou seis pontos. Em 1993 foi contratado pela Scuderia Italia e o pesadelo só continuou,com um carro nada competitivo (para ser bem bonzinho),não conquistando nenhum ponto. No ano seguinte,em 1994,numa temporada marcada pelos trágicos acidentes que vitimaram Roland Ratzenberger e Ayrton Senna,bem como os graves acidentes que envolveram Rubens Barrichello e Karl Wendlinger,Alboreto conquistou um ponto pela sua nova equipe,a Minardi,que havia experimentado o ótimo desempenho de Christian Fittipaldi em 1993,um ano antes. Em 1995 transferiu-se a DTM,por intermédio da Alfa Corse,com uma temporada discreta e apenas 4 pontos. Em 1996 novamente transferiu-se de categoria,destava vez para a recém fundada IRL,obra da cisão anunciada em 1995,o que futuramente quase acabou com o automobilismo de monopostos nos Estados Unidos. Pela equipe Scandia apenas decepções e mais sofrimento, cujo os únicos resultados de relevo foram um quarto lugar no Walt Disney World Speedway( isso mesmo,um circuito oval dentro do Mundo Mágico da Disney em Orlando,na Flórida),um oitavo lugar em Phoenix e um terceiro posto em New Hampshire. Além disso participou de sua 500 Milhas de Indianápolis onde foi obrigado a abandonar após 43 voltas, com um problema na caixa de câmbio.

Depois de tantos anos de sofrimento e angústia finalmente depois de muitos anos Alboreto conquistou sua vitória nas 24 Horas de Le Mans em 1997(evento marcado pelo trágico acidente fatal envolvendo o promissor francês Sébastien Enjolras,de 21 anos,piloto da Peugeot na época).Sua conquista foi compartilhada por Stefan Johansson e Tom Kristensen,que seria futuramente o maior vencedor da história do evento,com nove conquistas. Tentaria a sorte novamente em 1998,mas acabou abandonando,junto com o Stefan e Yannick Dalmas,substituto de Kristensen naquele ano. E acabou pegando gosto pelo evento,pois em 1999 foi quarto colocado,ao lado de seu compatriota Rinaldo Capello e do francês Laurent Aïello,e terceiro colocado em 2000,novamente com Capello e o alemão Christian Abt,vendo seu companheiro de equipe Aïello cruzar em segundo,ao lado de Allan McNish e Stéphane Ortelli,bem como a vitória de Tom Kristensen(olha ele de novo),Frank Biella e Emanuele Pirro.Em suma,uma vitória tripla da Team Joest,equipe a qual Alboreto pertencia.

Em 2001 conquistou sua última vitória na carreira pela Audi na etapa de Sebring da American Le Mans Series e estava preparando-se para mais uma 24 Horas de Le Mans que seria realizava em Junho daquele ano, quando foi vítima de uma tragédia enquanto testava o seu Audi R8 em Lausitz, próximo a Dresden. Durante uma volta rápida, um dos pneus de seu carro explodiu e seu carro voou em direção ao muro. Alboreto não teve a menor chance de escapar, morrendo na hora. Logo em seguida, alguns meses depois,em setembro daquele ano,seu compatriota Giancarlo Fisichella terminou o GP da Itália em terceiro e dedicou o seu feito ao Alboreto,dizendo que foi o último italiano a ir ao pódium em Monza antes dele,e que teve muita sorte em correr junto com ele nos carros de turismo,e era uma grande pessoa,muito especial,e resolveu dedicar a terceira colocação em sua memória. Alboreto entrou para a história como um piloto muito obstinado, que lutou muito para conseguir seus resultados, um grande exemplo a todos que conviveram com ele. Sua trajetória nunca será esquecida, muito obrigado Michele. De um brasileiro.